Reiki, ioga e acupuntura. Essas técnicas já estão sendo utilizadas, em conjunto com as tradicionais quimioterapia e radioterapia, no tratamento contra o câncer. As técnicas milenares, que comprovadamente trazem bem-estar a seus praticantes, agora são estudadas para verificar quais benefícios podem oferecer aos pacientes que lutam contra o câncer.

O estudo teve início justamente pela alta procura de pacientes por essas técnicas. No Brasil, aproximadamente 45% da população pratica ioga ou reiki e já se utilizou de acupuntura em algum momento, segundo o dr. Paulo de Tarso Lima, especialista em medicina integrativa pela Universidade do Arizona (Estados Unidos) e responsável por essa área no Programa Saúde Além da Cura, do Hospital Israelita Albert Einstein (Einstein).

O especialista foi buscar em Hipócrates, conhecido como pai da medicina, uma das explicações para a importância de integrar a medicina ocidental às técnicas orientais. Segundo Hipócrates, “o papel do médico consiste em ajudar as forças naturais, criando condições para o processo de cura, sendo a terapia uma assistência para otimizar esse processo”. É esse conceito que se tenta seguir quando é aplicada a medicina integrativa em pacientes com câncer.

A medicina integrativa enxerga o paciente como um todo (corpo, mente e espírito), incluindo todos os aspectos de seu estilo de vida. Segundo o dr. Paulo de Tarso, mais da metade dos pacientes com câncer busca alguma forma de terapia complementar e, muitas vezes, não conta ao oncologista. “Antes de qualquer passo em relação a combinações de tratamentos e à inclusão de técnicas integrativas, o paciente deve conversar com seu médico para discutir o melhor caminho de tratamento”, aconselha o especialista.

Saber o que escolher

As técnicas complementares são as mais diversas, mas é preciso cuidado para não confundi-las com as terapias alternativas que, diferentemente das complementares, são entendidas pela medicina como práticas que excluem o tratamento convencional, o que pode trazer sérios riscos à saúde.

As terapias complementares, como acupuntura, reiki e ioga agem de forma integrada aos demais medicamentos e procedimentos, com os objetivos de:

  • reduzir sintomas e efeitos colaterais da quimioterapia e da radioterapia;
  • aumentar a sensação de bem-estar;
  • melhorar a qualidade de vida;
  • diminuir o medo, o estresse, a depressão e a ansiedade;
  • promover melhor resposta do organismo ao tratamento.